quinta-feira, 8 de março de 2012

Sonhos

Céu aberto
Num mar
de desejo...
Brilho de um beijo
De poesia
No teu corpo cheio de estrelas

Nua a noite clara
mira a madrugada
No meu seio 
que te guarda

No céu da minha boca...
Que te deseja louca
mais uma noite é pouca



Aninha

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Intruso

Nas veias correm
Fervilhando vida
E cada célula viva
Absorve o doce amargo
Nas veias sofridas
Abrem as feridas do veneno
Que suave desliza
Pelos micros caminhos de dor
No corpo pulsam
Os músculos antes inertes
Agora se despem de todo o pudor
Para enfrentar esse
Intruso amor

Menino Sertão

Terra quente rachada
Vertem o sangue
Das mãos calejadas

Os pés cansados
Caminham lado a lado
Sol á pino
Desde menino
Calado

Sonhava deixar a enxada
Cair na estrada
E ver a chuva de madrugada

Com a pele marcada
Pela idade chegada
Coração apertado
Olhar perdido no nada
Molham a terra seca
De lágrimas...

O céu se pinta de dourado
Pra me trazer um recado
Um beijo raro
Uma saudade

Na mistura de suas cores
Posso sentir os sabores
Que salivam suaves
O céu da boca esquecida

E no nascer de mil estrelas
Revelam-se as magias
Da vida
Minha espera branda
E a vontade é tanta
Que posso sentir

Seu beijo suave
Saltar duma nuvem
A roçar meu lábio nú

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O FUTURO É AGORA

Guardo meus dias felizes
Comigo
Meu agora
Meu hoje que já vai embora
A chuva
A chave que não rodou na fechadura
E o guarda chuva
Que gotejou...
A água que bebi
Que me limpou
A fumaça que sumiu quieta
Guardo meus dias felizes
Únicos impares
O som sujo que saiu do violão
E o risco que descobri em meu cd
Preferido
Os três cobertores na cama
Que me aqueceram calados
Suaves enfim
Hoje guardo comigo
Esse dia a esperança
Saciedade de vida
Guardo você que não veio
E agradeço.

DE LÍRIOS

Nessa terra distante
Onde perdidas estão as saudades
Posso tocar suave
Os lírios do caminho
Notas de violino
Compor meu destino
Em melodias azuis de céu
Com brilho de milhões e milhões
De pequenas estrelas
Posso colorir
Minha estória
Em folha sem linha
Trilhar dezenas de caminhos de certezas
Posso navegar em nuvens
Brancas de paz
E aquecer-me do sal
Da terra da vida

Devaneios

Busco na lembrança
Um fio de esperança
Poder beijar-te
Doce
Quente veneno
Como outrora
Sentir o sabor da aurora
No céu da minha boca
Que chora!

VICIO

Lavava tudo
Esfregava
Os velhos lençóis
O chão do quintal
O limo
Roupas mofadas
Pias lavava
Limpava brilhava
Cada canto esfregava
As frestas
As janelas e azulejos
Pratos
Talheres limpava
Sofria
Desinfetava as pilhas
Ralos e canos
Rabiscos
Paredes e pichadas
Limpava
Por dentro
Tentava
Desencardir a alma.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

POESIA

Na parede limpa
O quadro
Olhava pra mim
Querendo me dizer poesia
Os dentes cerrados olhar vazio
Já dizia calado
Versos de triste fim

Na cama sozinha
O lençol
Sorria pra mim
Querendo me dizer poesia
Do frio que sentia
Sem teu corpo ali

A casa soluça vazia
Num cinzeiro de amargas cinzas

Eu
Recebo as palavras das coisas
E tento fazer
POESIA

Mas os dedos mortos
Não contam a solidão
Desses dias...
 
Aninha
25/12/11

Raios de Sol

A cortina balança
Suave os ventos da saudade
Entram raios luminosos
Inundando a casa
Quieta calada de braços abertos
recebe calor de vida
Brilham paredes e espelhos
Secam lágrimas
de solidão
Renovam os desejos
Que morreram
na colcha amarela do quarto

Aninha
25/12/11

LUZ E VIDA


O sal da terra
Morre úmido no céu da minha boca
A água me lava
O corpo dolorido
Tapas, marcas tudo.
Se esvai como rio
Limpa a alma encardida
Esgota as forças
Se livra do mal
E tem a chuva
O céu que anuncia trovões de brilho
Lampejos de sanidade
Luz de cores vivas
Com o tempo...
Purifica
Os atos errados da vida!

Aninha
22/12/11

sábado, 7 de janeiro de 2012

ETERNO

Um amor sem pressa
Agora já sem culpa
Ganha asas brancas
E voa bem alto
Entre as nuvens do amanhã
Nesse dia claro

Um amor que flutua
Com o peso duma pluma
A pousar suave
Nos braços do desejo
Tranquilo e sereno

O amor que espero
Por toda manhã por um dia
Que pode ser eterno
Transpassa a barreira sublime
Do tempo
E viaja em minha alma
Imutável
Aguardando sua volta!

Aninha
28/12/11

Teimosa distância

A distância machuca a alma
As palmas das mãos
Calejam os dedos
Esse vazio pouco a pouco
Enfraquece a voz
Esfria a pele, se esvai os cheiros.
Um espaço teimoso
Como um fundo poço
Levam-te de mim
E a saudade que me rasga
Tatua seu nome na pele nua
Já tão sem cor
Nesse muro que se ergue chega tão alto
Que os olhos não veem
É como um oceano de dor
Deserto sem calor
Uma distância que se mede em novelo sem fim
Machuca meu coração
Que cansado fugiu de mim

Aninha
27/12/11

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Aos quatro canto


Cada canto que olho
Uma história cada memória
Um você
Que sorri a me dizer
Adeus
Em cada canto meu pranto
Chora calado, apertado
Sua partida
E nas paredes pintadas de sina
Que nada mais me revelam
Sobrou suas mãos
Seu suor
Em cada canto da casa
Os dias de frio
Que você me aquecia
Me afundo num canto
Que me sopra seu nome
Me mostra
seus dedos cheios de dons
Que me encantam tanto
Em cada canto
vivo me lembrando
de como fui feliz!


ANINHA
26/12/11




Antes de Você

Te ofereço meu amor
É todo seu
meu ser
Dou-lhe minhas palavras um verso
Uma poesia
Te ofereço minha saudade
minha calmaria
Mostro meus outros lados
minhas lágrimas e alegrias
Te ofereço meus dias
anseios... meu seio
minhas folhas em branco
Pra você escrever o futuro
Dou a você, beijos
Minhas sede meu calor
Abro minha porta
Estico a rede
Te peço pra entrar sem medo
Lhe falo juras de amor
Te entrego minhas músicas meu cantar rouco
Minhas noites de luar
e outras várias luas
Ofereço minhas outras vidas minhas história
E o amor
que antes de você
Nunca existiu...

Aninha
26/12/11







Goles de Saudade


Casa limpa
Roupa branca no varal
Lençol esticado no ninho
As cortinas balançam
Quase posso ver o ar entrar pelas
janelas abertas!
Como asas que voam pra o céu ganhar
Dobro as roupas
Passo um café
Bebo pequenos goles
quentes de saudade!
Daquele abraço seu
Do seu olhar a me observar
Sinto um cheiro leve
que o vento soprou pra cá
Do seu halito fresco
De um beijo a pairar
No céu da minha boca
que espera você voltar!

ANINHA
27/12/11

Noite Clara

A casa fechada
Noite chegou cansada
Me estico na cama
Coberta gelada
na garganta
Reviro dum lado pro outro
Abraço o travesseiro
Que me acolhe gentil
O sono passeia
Demora por lá
O sonho não nasce
Somente a saudade
Enche o peito
tira do eixo
E como se não bastasse
O ponteiro escorre lento
As horas do tempo
Sorrateiro
que me levou você...

ANINHA
26/12/11