segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Casa



Sozinha na casa
Conto passos
meus atos
Na mesa envelopes que não abri!
Leio poemas
Arrumo desarrumo
Tenho livros, discos e coisas
Tenho saudade
E um coração calado.
Pelo tempo
Noite a dentro
Dia claro!

Na casa as horas passam lentas
A chaleira apita barulhenta
Me tira o sonho
Um chá de menta
Um café amargo!
Corto o dedo nas latas...
Me tinjo de vermelho
De filme preto e branco
Um docê veneno

N a casa os dias passam lentos
Os espelhos se mostram densos
Um rosto que não reconheço
Me encosto em cada canto
Sou de pranto
Lágrima de poço!
Num cotidiano morno
Me entrego
A casa
Ela me abraça! 

 Aninha 10/12/11

Poema


Pouso meus dedos no nada
A folha branca pairada
As palavras presas na garganta
Seca...
Sedenta
Cospem versos que nada falam
Ouço o cantar de um pássaro
Latidos de cães, barulhos de carros
O tique e taque do ponteiro
Machuca por dentro
Me rouba o resto de paz!
O poema esquecido
Dormita tranquilo
Espera seu tempo, alguém lê-lo
Devora-lo com amor
Zelo.
As palavras que foram escritas
Pelas pontas dos dedos!

Aninha 12/12/11

Cotidiano

Os ruídos lá fora
O mundo anda nas pontas dos pés
Com medo de tudo
Quando era simples
Ser feliz
Sentir o vento. O mar salgado
O por do sol!
Os sons da vida...
Buzinas e faróis
O céu se esconde num cinza
Tiros. Pássaros mudos
Piche nos muros
O grito solitário, da multidão calada!
Fechada dentro de si
Enquanto isso...A vida passeia!
Pequenos crescem. Eu
As vezes choro as vezes
As vezes receio
Observo luas, as vezes tímidas
Me cubro de música!
E bebo a noite que vêm!


Aninha 20/12/11

Paredes do Tempo.

Espero cada dia um novo cantar
Uma nova rima
Escrever nas paredes tingidas
Minha história , minha sina
Rabisco novos caminhos
Misturo cores sabores
Num café amargo
Um grito de solidão!
As rugas que me tocam
Os espelhos que me cercam
Mais um inverno cai ao chão
Minha vida corre solta
Nos dedos cansados
Morrem versos esquecidos
Pelo tempo colado
Nas paredes do velho quarto!


Aninha
10/12/11

Bater a Porta


Meus gritos sem eco
Minhas poesias sem ponto final
As palavras perdidas
Em livros nunca lidos...
O tempo que escoa
Num piscar de olhos
A lágrima cai, folhas voam
Os pássaros mudos
O dia lá fora
Minha vida o agora!
Mais um dia uma hora
A espera
Do Amor bater à porta!


Aninha
10/12/11

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FLOR

Hoje sou sal mar e água
Sou fogo que queima alma!
Sou deserto, sede...
vento forte, vendaval, temporal
Sou caos, batalha perdida
tempo esquecido...pó...
Sou luz apagada
Brilhos fosco de dor
Cor amarela
Sou nuvem que passa,navega no céu
Cinza de cor!
Sou poeta sem rima
coração sem amor...
Sou mulher menina ,carente
Sou flor!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Na casa

Ser eu
Na casa só
Um café , um violão...
Na mesa um vaso sem flor
uma carta de amor.
Uma solidão
Ser eu
Fácil.
Dificíl mesmo não ser!
Um ser em mutação.
Um inverno
Mais um verão
Na casa
um vazio, na pia cacos dum prato
No olhar lágrimas em vão
Mais um dia
Um poema, música!
Ser eu...
Por que não?


Lu frizarini

sábado, 17 de dezembro de 2011

Deserto

Sentimentos perdidos no passado...
Como estar ao seu lado?
meu corpo te busca ávido!
Minha pele sedenta, se  perdeu no deserto...
Que se formou entre nós!
Eu?
Sou o arbusto que sobrevive!
Sou a cobra que rasteja em solo infértil...
Sou o que absorve o calor!
Sou o próprio deserto.
Lutando contra meus  perigos!
Me  alimentando de mim mesma.
Sentindo todo o frio da minha noite
Bebendo a água que me resta
Do amor que ainda sinto...
Seco em minha garganta!